sábado, 16 de julho de 2016

Distintivo de Motomecanização do Exército Brasileiro

Antigo distintivo de “Motomecanização”
do Exército Brasileiro:





A Motomecanização no Exército Brasileiro remonta ao final da década de 10 do século passado, fruto da experiência e ensinamentos gerados com a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), onde ela se consolidou nos principais exércitos do mundo. 

A Missão Militar Francesa, entre 1919 e 1940, implementou a motomecanização no Exército, o que acarretou um grande volume de novos equipamentos e proporcionou um aumento significativo das necessidades de manutenção de material rodante militar, bem como das demais atividades paralelas requeridas a sua manutenção.



Em 1923, foi criado no Rio de Janeiro, então Distrito Federal, o SCT (Serviço Central de Transportes do Exército), equipado com diversos modelos de caminhões e veículos para uso militar. A estrutura montada era impressionante para os padrões da época, uma vez que dos veículos, eram adquiridos somente o chassi, o motor e a parte dianteira, sendo posteriormente montados na própria unidade que possuía um parque para montagem e manutenção, com serviços de carpintaria para cabines e carrocerias, borracharia, funilaria, serviço para baterias e mecânica em geral, além de postos de abastecimento de combustível e até elevadores hidráulicos para efetuarem manutenção, lavagem e lubrificação.



Na década de 30, período de grandes conturbações políticas no país, os veículos automotores foram de grande importância para o deslocamento de tropas nos mais distantes pontos do país.  O fascínio provocado por essas viaturas chegou a tal ponto que algumas foram transformadas em veículos blindados, armados com metralhadoras pesadas e que operaram com relativo sucesso, principalmente nas Revoluções de 1930 e 1932. 

A primeira tentativa em padronizar os veículos em uso no Exército se dá por volta de 1937, quando foram estipuladas normas para veículos de transporte de carga ou pessoal, tendo sido adotado as marcas Ford, Chevrolet, Dodge e Commer.  

Em 1938, os blindados Renault, adquiridos na década anterior, foram substituídos pelos carros Ansaldo, de fabricação italiana, os quais passaram a mobiliar o recém-criado Esquadrão de Autometralhadoras. Mais tarde, este Esquadrão tornouse o Centro de Instrução de Motorização e Mecanização; primeiro centro de instrução de Material Bélico. 

Outra importante tentativa se dará em 1939, quando se padroniza o modelo de carrocerias para caminhões a serem utilizados pelo Exército Brasileiro. 

Na verdade a padronização só será atingida a partir de 1942, quando o Brasil, após se posicionar ao lado dos aliados em plena Segunda Guerra Mundial, passa a receber modernos equipamentos militares dos Estados Unidos e como este havia padronizado os diversos tipos e modelos de veículos para equiparem seu Exército, o mesmo irá ocorrer no Brasil, principalmente no pós-guerra. No mesmo ano o Centro de Instrução transformou-se na Escola de Motomecanização.

Durante a Segunda Guerra Mundial, criou-se a 1ª Companhia Leve de Manutenção, integrante da 1ª Divisão de Infantaria Expedicionária. Através das experiências colhidas na campanha da Itália, o Exército Brasileiro reformulou o seu apoio logístico, criando, em 1946, batalhões de manutenção e companhias de manutenção leves, médias e especiais. 

Plínio Pitaluga e oficiais durante curso de motomecanização nos EUA - 1944:

Plínio Pitaluga:

Gen Plínio Pitaluga:



Os passos mais importantes para a consolidação da Motomecanização no Brasil se deram em duas ocasiões distintas, a primeira com a transformação do CIMM (Centro de Instrução de Motomecanização em EsMM (Escola de Motomecanização) em 1942, embrião da atual Escola de Material Bélico - EsMB. O outro em 1944, quando no Plano de Reorganização do Exército, foi firmado um acordo com os Estados Unidos, pelo então Ministro da Guerra General Eurico Gaspar Dutra e desta forma surge o Parque Central de Motomecanização (PqCMM), atual PqRM/1 (Parque Regional de Manutenção da 1ª Região Militar), cuja finalidade foi a de recuperar e manutenir todo o material motomecanizado em uso no Exército, nos mesmos moldes do norte-americano. A Força Expedicionária Brasileira pôde comprovar, naquela ocasião, esses exemplares padrões de manutenção e suprimento.



Foi um fator decisivo para a criação em 1946 do Curso de Engenharia Mecânica e Automóveis, na então Escola Técnica do Exército, atual Instituto Militar de Engenharia -IME.

Em 4 de novembro de 1959, por meio da Lei nº 3.654, foi criado o Quadro de Material Bélico, ao se observar a importância da Logística ao longo daquele conflito global. Graças a esta nova modalidade, os blindados e as viaturas mantiveram-se em estado permanente de disponibilidade. Essa eficácia operacional resultou da capacidade de os exércitos aliados manterem seus veículos em funcionamento quase ininterruptamente. No ato da sua criação, o Quadro de Material Bélico adotou como símbolo dois canhões coloniais sobrepostos, os quais faziam parte do brasão de armas da Casa do Trem, fundada em 1762 e na primeira Unidade específica de Material Bélico.




Em 1960, na antiga Escola de Material Bélico muda para o nome para Escola de Sargentos de Logística.

Hoje o Exército Brasileiro na área de Motomecanização é bem completo, haja visto que boa parte do material é de origem brasileira, produzido e desenvolvido por empresas brasileiras e multinacionais com filiais e fábricas no país. 

Texto extraído do artigo do amigo Expedito Carlos Stephani Bastos:

http://www.ecsbdefesa.com.br/fts/MOTOMECANIZA%C7%C3O.pdf 

Outro texto:

http://www.eb.mil.br/documents/16541/1256579/matbel14.pdf/3f6e9ed8-1886-4359-b979-626c6ff1b4a9

1º Distintivo do Curso de Motomecanização do Exército Brasileiro:




Medidas: 6,6 x 2,8 cm.


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