segunda-feira, 13 de junho de 2016

Medalha Marechal Mascarenhas de Moraes (ANVFEB)

Medalha Marechal Mascarenhas de Moraes (ANVFEB):


A "Medalha Marechal Mascarenhas de Moraes" foi criada por uma decisão do Conselho Deliberativo da Associação Nacional dos Veteranos da FEB (ANVFEB), em sessão de 14 de agosto de 1969 (no ano seguinte ao falecimento do oficial), com a finalidade de homenagear de forma permanente, objetiva e condigna, pessoas físicas e jurídicas, que tenham prestado significativos serviços à FEB, ou que venham a prestar relevantes serviços à Associação ou à classe por ela assistida.

“A elevada expressão dessa homenagem que os veteranos da FEB prestam a alguns de seus colaboradores, está bem sintetizada no nome escolhido para definir a condecoração: o de nosso próprio comandante, figura impecável de soldado e de chefe insuperável, que não deixamos de admirar e reverenciar”. (texto que acompanha a medalha)









João Batista Mascarenhas de Morais (São Gabriel, 13 de novembro de 1883 — Rio de Janeiro, 17 de setembro de 1968) foi um militar brasileiro. Foi o comandante da Força Expedicionária Brasileira, na Segunda Guerra Mundial durante a Campanha da Itália, entre 1944 e 1945.

Aos 14 anos, já morando sozinho em Porto Alegre, trabalhando e estudando, conseguiu ingressar na Escola Preparatória e Tática de Rio Pardo, no Rio Grande do Sul. Ao sair de lá, após a conclusão do curso, ingressou na Escola Militar do Brasil, conhecida por Escola da Praia Vermelha, no Rio de Janeiro. Em 1904, enquanto ainda cursava o 3° ano, eclodiu na capital a Revolta da Vacina. O jovem Mascarenhas não participou do movimento contra a lei da vacina obrigatória, mas a Escola da Praia Vermelha foi fechada e os revoltosos expulsos.

Em 1922 houve a eleição de Artur Bernardes para a presidência, ficando em segundo lugar Nilo Peçanha o candidato apoiado pelo Rio de Janeiro. Bernardes havia enfrentando uma campanha nos jornais a respeito de declarações falsas feitas em seu nome, em que supostas cartas denegriam o exército e o ex-presidente Hermes da Fonseca. Esse episódio levou ao descontentamento de alguns grupos do corpo militar, insatisfeitos com o resultado da eleição e com o governo anterior de Epitácio Pessoa, o que acabou por originar o movimento conhecido como a Revolta dos 18 do Forte de Copacabana. Nessa época, Mascarenhas era Capitão e comandava o 1° RAM. A revolta havia tomado além do forte de Copacabana a Escola Militar de Realengo e alguns focos na Vila Militar. Mascarenhas apoiou as forças legalistas, dando suporte à Infantaria. Mesmo não contando com seus oficiais presos, Mascarenhas os substituiu por sargentos mais experientes e cumpriu sua missão.

Durante a Revolução de 1930, Mascarenhas manteve sua lealdade ao presidente Washington Luís e foi detido na madrugada de 4 de outubro pelos rebeldes liderados por Getúlio Vargas, ficando 38 dias preso. Na época ele ocupava o posto de tenente-coronel, comandando o 6° RAM, respondendo pela 3ª Brigada em Cruz Alta.

Após a liberação, Mascarenhas continuou sua carreira no Exército. Foi colocado sob prisão pela segunda vez, quando proclamou o seu apoio aos paulistas na Revolução Constitucionalista de 1932 contra Vargas. Mais uma vez, após a derrota do levante, Mascarenhas foi liberado e não processado.

Em 1935, enquanto comandava a Escola Militar do Realengo, Mascarenhas de Morais tomou parte na luta contra a Intentona Comunista no Rio de Janeiro. Desta vez sua lealdade era com o governo constitucional de Getúlio Vargas. Em 1937, tornou-se general-de-brigada e foi transferido para comandar a 9ª Região Militar (9ª RM) em Campo Grande, hoje no Mato Grosso do Sul. No ano seguinte, foi nomeado comandante da Artilharia Divisionária da 1ª Divisão de Infantaria, no Rio de Janeiro.

Da capital fluminense acompanhava o desenrolar das operações de guerra na Europa e no Atlântico Sul, com o afundamento do Couraçado Admiral Graf Spee . Nesse momento, a questão do saliente nordestino começa a circular nos meios militares. Nesse momento, o General Mascarenhas de Morais resolve pleitear, junto ao Ministro da Guerra, um comando fora do Rio de Janeiro, de preferência no Nordeste, no que foi atendido. No ano de 1941 é designado comandante da 7ª Região Militar (7ª RM), em Recife. A partir desse momento começa a se engajar definitivamente nos misteres relativos à eventual preparação militar do Brasil para a II Guerra Mundial. Comandando a 7ª RM, passava a comandar a área estratégica mais importante do território brasileiro nessa hora de conflito.

Em 1943 ele foi nomeado comandante da 1ª DIE (Divisão de Infantaria Expedicionária), a única da FEB (Força Expedicionária Brasileira).

O general chegou a Itália com as primeiras tropas brasileiras em julho de 1944 e comandou as forças brasileiras a partir do mês de novembro até a rendição das forças do Eixo na Itália, em 2 de maio de 1945.

Após o fim da guerra, ele retornou ao Brasil e comandou a Zona Militar Sul entre 4 de abril e 29 de agosto de 1946. Ainda nesse ano, foi promovido a Marechal, por ato do Congresso Nacional.

Foi chefe do Estado-Maior das Forças Armadas entre 21 de janeiro de 1953 e 8 de setembro de 1954. Nesse período, acompanhou a crise política que levaria ao suicídio de Getúlio Vargas. Depois da morte do presidente, em agosto de 1954, retornou para a reserva e publicou as suas memórias, como comandante da Força Expedicionária Brasileira.

Em 1955, apoiou o Movimento de 11 de Novembro liderado pelo general Teixeira Lott, que garantiu a posse de Juscelino Kubitschek na presidência da República.


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