Coturnos Marrons de Paraquedista - 1º Modelo - Exército Brasileiro:
"Boot marrom", como chamam o coturno, símbolo dos paraquedistas militares.
O uso do calçado marrom foi autorizado a partir de 1946. A expressão vem da palavra inglesa “boot” que era utilizado para identificar as botas utilizados pelos militares norte-americanos. Os primeiros pioneiros já incorporaram o termo que servia para diferenciar os paraquedistas dos outros militares que usavam o coturno preto.
Diante da primeira diferença no uniforme surgiram expressões como: “pé-preto”, “pé de cão”, “urubu”, dentre outros nomes que, de uma maneira geral, lembravam sempre de uma forma jocosa que a cor do calçado de um não-paraquedista deveria ser sempre preta e, por outro lado, ao combatente aeroterrestre caberia o orgulho de calçar a sonhada bota marrom.
As primeiras botas ortopédicas da marca “Corcoran” vinham do EUA junto com os paraquedas. A relação amistosa entre norte-americanos e brasileiros fruto da aliança durante Segunda Guerra Mundial desde 1942 e também nos primeiros anos da Guerra Fria facilitavam o processo de aquisição. O material era anatômico e com o bico arredondado que ajudaria na aterragem do paraquedista permitindo um impacto reduzido no momento da aterragem no solo (GONÇALVES, 2015).
As botas norte-americanas vieram até o ano de 1956 e, a partir deste ano, iniciou a produção das botas nacionais. O “boot” sofreu, no decorrer dos anos, variações no seu formato e acabou perdendo suas características iniciais mantendo apenas a cor marrom tradicional. Nas últimas décadas algumas tropas do Exército Brasileiro “inventaram” algumas variações para o calçado militar. As tropas de selva, por exemplo, tinham um coturno preto, mas com as laterais de tecido na cor verde e as tropas de Operações Especiais um calçado na cor café.
As operações especiais possuem uma herança histórica ligada a tropa paraquedista, pois o primeiro curso para formar os operadores de forças especiais no Brasil ocorreu no ano de 1957 no então Núcleo da Divisão Aeroterrestre e o 1º Batalhão de Forças Especiais desde sua criação em 1983 até 2003 fez parte da Brigada de Infantaria Paraquedista. Apesar disso com a criação da Brigada de Operações Especiais em 2003 o “boot” marrom foi deixado de lado e foi buscou-se “inventar” uma nova tradição com a criação do “boot” café. A grande diferença é que a nova cor não incorporou as tradições antigas, o uso da nova bota foi estendido a todos, ou seja, não estava restrito aos paraquedistas. O calçado café permaneceu de 2003 a 2015, mas foi extinto e os paraquedistas do atual Comando de Operações Especiais voltaram a usar o tradicional “boot” marrom.
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