segunda-feira, 10 de junho de 2019

Carta do Presidente Getúlio Vargas e do Gen Valentim Benício da Silva endereçadas ao Brig Nero Moura

Uma carta do Presidente Getúlio Vargas endereçada ao Brig Nero Moura, 
mas extensiva a todos os integrantes do 1º Grupo de Aviação de Caça! 

Senta a púa!


Carta do General Valentim Benício da Silva*


*Pai do cunhado do Brig Nero Moura e Comandante do 1º RM de 1943-1945.


Valentim Benício da Silva nasceu em Uruguaiana (RS) no dia 14 de fevereiro de 1883, filho de José Benício da Silva e de Josefina Viana da Silva.

Fez seus estudos primários em sua cidade natal, sentando praça em agosto de 1900. No ano seguinte transferiu-se para a Escola Preparatória de Tática de Rio Pardo (RS), concluindo ali o curso em 1904. Ingressou em seguida na Escola Militar do Rio de Janeiro, então Distrito Federal, saindo em 1908 aspirante-a-oficial da arma de cavalaria. Promovido em fevereiro do ano seguinte a segundo-tenente, fez o curso geral da Escola Militar, chegando a primeiro-tenente em janeiro de 1916.

Exerceu de 1918 a 1919 a função de assistente do Estado-Maior e de 1919 a 1920 a de adjunto da Escola Militar. Neste último ano fez o curso de revisão e alcançou a patente de capitão. Em 1921 foi designado adido da missão militar brasileira na França, função que desempenhou até 1922, sendo comissionado no ano seguinte adido militar junto à embaixada do Brasil na Argentina. Retornando ao Brasil, assumiu em 1928 a chefia de seção da Diretoria de Aviação, sendo promovido, em julho do mesmo ano, a major. Ainda nesse ano, comandou o 11º Regimento de Cavalaria, ali permanecendo até 1930. Com a Revolução de Outubro de 1930, ocupou a secretaria da junta governativa que assumiu o poder após depor Washington Luís. Chegando ao posto de capitão em abril do ano seguinte, passou a comandar a Escola de Cavalaria. Comandou o Regimento Andrade Neves, na Vila Militar do Rio de Janeiro, durante a Revolução Constitucionalista de 1932, tendo sido promovido a coronel em dezembro desse ano. Deixando a Escola de Cavalaria em 1935, ocupou no ano seguinte as chefias do estado-maior do 2º Grupo de Regiões Militares e da 1ª Região Militar (1ª RM). De 1936 a 1937 foi chefe de gabinete do ministro da Guerra, general Eurico Gaspar Dutra, tendo recebido a patente de general-de-brigada em novembro de 1937. Nesse ano fundou a Biblioteca do Exército, assumindo a sua presidência, organizando-a e transformando-a em editora.

Segundo reportagem publicada no Diário de Notícias de maio de 1938, teve sua residência atacada durante o levante integralista ocorrido naquele mesmo mês. Ainda em 1938 comandou a 1ª Brigada de Infantaria e a guarnição da Vila Militar e de Deodoro, e passou a exercer a função de secretário-geral do Ministério da Guerra.

Em 1939 foi nomeado embaixador extraordinário do Brasil no Peru e assumiu a presidência do Instituto de Geografia e História Militar do Brasil, cargo que deixou em 1941 juntamente com o de presidente da Biblioteca do Exército. No ano seguinte afastou-se da secretaria do Ministério da Guerra para assumir o comando da 3ª RM, em Porto Alegre. Promovido em junho de 1943 a general-de-divisão, passou a integrar a Comissão de Promoções do Exército. Segundo Floriano de Lima Brayner, por essa época recusou o convite do presidente da República, general Eurico Gaspar Dutra, para que ocupasse o comando da Força Expedicionária Brasileira (FEB). Em fins de 1943 deixou o comando da 3ª RM e assumiu a 1ª RM, no Rio de Janeiro, ali permanecendo até 1945. Em 1946 foi designado adido militar junto à embaixada brasileira em Washington. Passando à reserva, foi promovido a general-de-exército.

Ao longo de sua carreira militar, fez os cursos de infantaria, cavalaria, artilharia e de engenheiro-geógrafo, além do curso superior de informações e o de comando e estado-maior. Foi ainda chefe de seção do Estado-Maior do Exército, fundador e presidente do Instituto Brasil-Paraguai e da Confederação Brasileira de Hipismo. Pertenceu à Academia Rio-Grandense de Letras, ao Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Sul, ao conselho diretor da Liga de Defesa Nacional e à Sociedade Beneficente Sul-Rio-Grandense.

Faleceu no Rio de Janeiro no dia 23 de agosto de 1958.

Foi casado com Zilpa Viana da Silva, com quem teve dois filhos.



Além de colaborar em jornais e revistas, publicou Antônio João (1938); Batalha de Tuiuti (1941); O oficial de cavalaria, como é, como deve ser; A República do Peru, suas vias de comunicação e Livro do soldado brasileiro. A Biblioteca do Exército Editora mantém uma série denominada Coleção General Benício, em sua homenagem, na qual já editou cerca de duzentos títulos.

Promoções:

30/04/1931 - Tenente-Coronel
05/11/1932 - Coronel 
15/11/1937 - Brigadeiro-General
19/06/1943 - Major-general

Serviço:

1931-1933 - Comandante do Regimento da Escola de Cavalaria
1935 - Chefe do Estado Maior, 2ª Região Militar
1936 - Chefe do Estado Maior, 1ª Região Militar
1936-1937 - Chefe de Gabinete, Ministério da Guerra
1938- Comandante 1ª Brigada de Infantaria
1938-1942 - Secretário-Geral do Exército
1939- Embaixador Especial no Peru
1942-1944 - Comandando a 3ª Região Militar
1944-1945 - Comandante 1ª Região Militar
1946 - Adido Militar em Washington DC
1946 - Chefe da Delegação Brasileira, Junta Interamericana de Defesa


Jamais serão esquecidos!

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