segunda-feira, 4 de fevereiro de 2019

Pedro de Lima Mendes - In Memoriam:

Pedro de Lima Mendes - In Memoriam:


Nome de Guerra: Lima Mendes
Patente: 2º Tenente Aviador 
Registro: BO-519
Nascimento: 30/06/1920, Rio de Janeiro (RJ)
Falecimento: 31/07/1946, Rio de Janeiro (RJ)
Função: Piloto de Combate

Declarado Aspirante a Oficial Aviador em Agosto de 1943, o valor de suas qualidades profissionais e a pureza de suas virtudes militares fizeram com que fosse selecionado em sua turma e classificado como Instrutor de Vôo na própria Escola de Aeronáutica, onde, absolutamente cônscio da responsabilidade de sua missão, desvelou-se de maneira excepcional no preparo dos alunos que lhe foram confiados.

Em 1944 apresentou-se voluntariamente, com o mesmo ardor e entusiasmo que o caracterizavam nas lides estudantis, para fazer parte do 1° Grupo de Caça que, integrando as Forças Aéreas Aliadas, havia de nos céus da Itália, atestar a bravura e o alto preparo técnico dos aviadores brasileiros.

Em Tarquínia, logo assim que o grupo chegou, tomou para si a incumbência de pintar na carenagem de todos aviões P-47, o emblema "SENTA A PÚA". 

Piloto de Combate da esquadrilha azul, tendo completado 95 missões de combate. Sua primeira missão foi em 11 NOV 44 e sua última em 01 MAI 45.

Em Dezembro de 1945, recebia a "Air Medal" – "por feitos meritórios durante a participação no voo em operações contra o inimigo. A 16 de Dezembro de 1944, o Tenente Lima Mendes, voando através de um lençol de nuvens e encontrando visibilidade extremamente limitada, localizou o alvo. Com um preciso bombardeio, o Tenente Lima Mendes conseguiu impactos diretos nos trilhos, atingindoos no seu ponto estratégico. Outros membros da esquadrilha cortaram a via férrea em partes adicionais, e atingiram diretamente a ponte, destruindo um objetivo vital. A perseverança e a energia do Tenente Lima Mendes nessa missão, em que condições desfavoráveis de tempo foram encontradas, deu grande destaque a ele e às Forças Armadas das Nações Aliadas”.

Foi esta a primeira citação de guerra recebida pelo Aviador Lima Mendes.

Menos de seis meses depois recebia a "Distinguished Flying Cross", cuja citação assim diz: “Por atos extraordinários durante o voo, como Piloto de um avião P-47, a 03 de Abril de 1945, o Tenente Lima Mendes voou como membro de uma formação de oito aviões para o bombardeio picado de uma ponte importante”. Depois da execução de acurados e preciosos bombardeios, de que resultaram doze impactos diretos na comunicação vital, o Tenente Lima Mendes pediu, e lhe foi concedida, permissão para fotografar os resultados do bombardeio. Isto foi feito num audacioso vôo a baixa altura, apesar das defesas inimigas, demonstrando superior habilidade de vôo e perícia".

Esse foi apenas um exemplo do excelente trabalho do Tenente Lima Mendes na obtenção de excelentes fotografias que ajudaram na constatação dos danos e forneceram ótimas informações ao Serviço de Informação Aliado. A sua coragem e o seu desprendido devotamento ao dever em face de grande perigo trazem grande mérito para ele e para as Forças Armadas das Nações Unidas. 

Além dessas medalhas conferidas pelos Estados Unidos, o Tenente Lima Mendes, conquistou a "Croix de Guerre", dada pela França, a “Cruz de Aviação de 3 Estrelas” e a “Medalha de Campanha da Itália”, ambas do Governo Brasileiro.

Uma série de arriscadas fotografias da comunicação vital do Passo de Brenner, incontáveis ações em companhia dos componentes do Grupo de Caça são a herança deixada por este aviador brasileiro, que numa breve e luminosa carreira, foi expressão das maiores virtudes militares, conhecimento da profissão, amor ao dever, coragem, sangue-frio, disciplina, espírito de comando e de camaradagem.

Em 18 Jun 45, partiu de Pisa para os EUA para levar novos aviões P-47 para o Brasil.

Regressando da Itália, após a vitória da Causa das Democracias continuou ele seu trabalho fecundo na qualidade de Instrutor do Estágio da Seleção para Piloto de Caça na Base Aérea de Santa Cruz.

Foi um dos Oficiais mais brilhantes que passaram pelo 1º Grupo de Caça. 

No dia 31 de Julho de 1946, às 16:00 horas, ao executar uma manobra de pouso na cabeceira da Pista Norte da Base Aérea de Santa Cruz, sofreu um choque no ar provocado involuntariamente pelo seu Ala. Não conseguiu abandonar o avião. A capota ficou presa. Teve morte instantânea quando o seu avião chocou-se ao solo.

O Capitão Pedro Lima Mendes morreu moço demais para que o conhecessem e viveu bastante demais para que ninguém possa desconhecer sua vitória. A brevidade de sua vida torna longa a sua memória, o seu heroísmo torna imorredouro o seu exemplo.

Em sua homenagem, instituiu-se na Escola Preparatória de Cadetes do Ar, em 21 de maio de 1951, o Troféu Ten. Lima Mendes na disputa anual entre os esquadrões, competição essa que já ocorria desde 1949, com o objetivo de selecionar os atletas que representam a EPCAR nas competições com outros estabelecimentos. 

Também como reconhecimento à figura desse grande líder da Força Aérea Brasileira, a 157ª turma da Escola de Especialistas de Aeronáutica, forjada e formada na EEAR em 14 de julho de 1972, ostenta, com orgulho, seu dignífico nome.

Hoje na Base Aérea de Santa Cruz existe, em sua homenagem, um pedestal portando seu busto em bronze e havendo próximo um avião P-47, como monumento à sua memória.

Outro tributo a este exímio piloto está na bolacha do 2º/1º GAvCa, Esquadrão Pif-Paf. Na bolacha está representado o P-47 de Lima Mendes durante a Campanha da Itália, o C-5, e o lema ROMPE MATO faz referência também ao C-5, pois durante a guerra o Ten Lima Mendes chamava seu avião por este nome, homenagem à famosa entidade da umbanda, o Caboclo Rompe Mato, que segundo Lima Mendes era o seu protetor durante as missões de combate.



Na fotografia acompanhado do veterano
Augusto Lopes Villas-Boas

Nome de Guerra: Villas-Boas
Patente: Soldado de 1ª classe 
Registro: B-552
Nascimento: 26/07/1920
Falecimento: 15/03/1998
Função: Correspondente de Guerra
Promoções: em 04 Jan 45, promovido a Soldado de 1ª classe.

Villas-Boas, por ocasião da formação do 1º Grupo de Caça, não era sequer Militar da Aeronáutica e sim jornalista dos Diários Associados. Desejava seguir com o 1º Grupo de Caça, como voluntário, porém sem ser Militar tornava-se difícil tal coisa. Prevaleceu, porém, junto a amizades fora e dentro da Aeronáutica, conseguiu ser convocado, na última hora como Soldado 2ª, com a função que até então era inexistente nos quadros de um Grupo de Caça, Correspondente de Guerra. Seguiu para o Panamá, na última leva de praças saindo do Rio de Janeiro (RJ). Na Itália remetia para o Brasil notícias do 1º Grupo de Caça, sempre depois delas passarem pelo crivo da censura do comando. Em 03 Mai 45, regressou para o Brasil.

Ao regressar ao Brasil, pediu baixa da FAB, e foi frequentar a faculdade de Direito do Rio de Janeiro, RJ, tendo se formado advogado. Aperfeiçoou-se fazendo um curso de jornalismo, continuando sempre nos Diários Associados até seu falecimento.

Fonte de dados: ABRA-PC e sentandoapua

Jamais serão esquecidos!!

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